A liderança empresarial moderna transcende a mera busca por resultados financeiros, assumindo um papel fundamental no bem-estar e na saúde de seus colaboradores. A prevenção ao câncer de mama, em particular, emerge como uma pauta crucial onde os líderes podem exercer uma influência positiva e transformadora. Contudo, é de fato um desafio cultivar um ambiente de trabalho empático e acolhedor, que promova a saúde e o autocuidado, sem invadir a privacidade individual das colaboradoras. Como isso pode ser feito?
A inteligência emocional e a comunicação eficaz tornam-se pilares indispensáveis. Líderes dotados de autoconhecimento e empatia conseguem estabelecer uma conexão genuína com suas equipes, percebendo necessidades e preocupações sem a necessidade de questionamentos invasivos. A escuta ativa e a disponibilidade para o diálogo criam um espaço seguro onde as colaboradoras se sentem à vontade para compartilhar suas emoções ou detalhes sobre sua saúde física, se assim desejarem, enquanto a liderança demonstra um compromisso autêntico com o suporte, não com a fiscalização.
É de suma importância que, na escuta ativa, haja profundo respeito à privacidade da pessoa. Em vez de inquirir sobre exames ou históricos médicos, a abordagem eficaz do líder deverá se concentrar em fornecer informações claras e acessíveis sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A disponibilização de recursos informativos e a criação de vias de suporte confidenciais são essenciais para empoderar as colaboradoras, garantindo que a busca por ajuda seja discreta e respeitosa.
A empatia se materializa em um suporte prático que facilita a prevenção e o cuidado. Líderes podem estabelecer um ambiente que permita às colaboradoras priorizarem sua saúde, demonstrando um compromisso tangível com seu bem-estar. A criação de condições favoráveis para o acesso a cuidados de saúde e a promoção de uma cultura de conscientização, como a promoção da campanha “Outubro Rosa”, são formas de transformar a intenção em um apoio acessível e efetivo.
Em última análise, o papel da liderança empresarial na prevenção ao câncer de mama é um testemunho de como a gestão de pessoas pode ser profundamente humanizada. Ao equilibrar o dever de cuidar com o respeito inegociável à privacidade, os líderes não apenas cumprem uma função social vital, mas também constroem uma cultura organizacional onde o bem-estar é valorizado, a prevenção é incentivada e cada indivíduo se sente parte de uma equipe que verdadeiramente se importa. Essa abordagem não só fortalece o engajamento e a lealdade, mas também eleva a produtividade e o senso de propósito, consolidando uma liderança que inspira, motiva e, acima de tudo, cuida.

Lilian Ferro Chati – Advogada graduada em 2000 pela Universidade Paulista – Unip. Sua área de atuação predominante é a Cível – Contratual. OAB/SP 190.257


